A chegada da Família Real e o Brasil do século XIX

A questão da chegada da Família Real no Brasil, apesar de todo o realce dado aos duzentos anos desse fato, é usualmente apresentada de forma bastante esquemática. Geralmente, o professor enfoca as principais ações políticas que envolveram a administração joanina e relaciona tais feitos com o processo de independência da nação brasileira. No entanto, essas questões ainda contam com um importante leque de questões relacionadas à História Cultural.

A transferência de uma monarquia para um país colonial era um fato nunca antes acontecido na História das Américas. Além disso, podemos salientar que a chegada da realeza lusitana envolve um processo de choque entre culturas que, sem dúvida, evidencia um lado bastante interessante desta história. Entretanto, para apresentar a riqueza dessa experiência em sala de aula o professor deve contar com uma extensa gama de fonte e materiais.

Para orientar esse tipo de trabalho, sugerimos que o professor selecione o trecho de uma obra que relate sobre o modo de vida, os valores, práticas cotidianas e hábitos de um monarca no início do século XIX. Paralelamente, destaque fontes históricas (documentos, pinturas ou obras literárias) em que se possa observar o cotidiano do ambiente colonial brasileiro. Dessa maneira, abrem-se condições para que as diferenças culturais sejam visualizadas por toda a classe.

Com o objetivo de fixar melhor essa questão da diferença, privilegie a fala de alguns alunos que viveram esse tipo de experiência cultural. Alunos que já tiveram de se mudar da cidade grande para o interior ou para outra região podem dimensionar de forma próxima e contemporânea o processo de mudança e adaptação. Depois disso, tente aproximar o tema com a discussão de alguns itens principais sobre a chegada da família real.

Um tema bastante intrigante pode ser explorado por meio do estudo dos hábitos alimentares do Brasil durante século XIX. Para explorar esse tipo de temática, sugerimos a exposição do quadro “O jantar no Brasil” (topo) de Jean-Baptiste Debret, onde podemos observar alguns dos hábitos assinalados por esse pintor francês. Além disso, a escolha selecionada de alguns trechos do livro História da Alimentação no Brasil, de Câmara Cascudo, também serve como fonte a ser criticamente analisada pelos alunos.

Explorando um bom leque de informações, os alunos podem ser incumbidos de um trabalho final em que busquem encenar alguns traços desta época. Para tanto, o educador pode propor a organização de um sarau cultural envolvendo a declamação de poesias, a leitura de textos e a degustação de alguns pratos da época. Cada grupo responsável pela apresentação deve previamente entregar um roteiro escrito que servirá de base para a futura avaliação do professor.

Com a realização desta atividade, o professor deixa de salientar única e exclusivamente as questões de ordem política e econômica de uma época. Nesse tipo de atividade, o passado ganha cores, cheiros e gestos impensáveis em uma aula amarrada a concepções limitadas de compreensão histórica.
c) A canção “Pra Frente, Brasil” de Miguel Gustavo:

Noventa milhões em ação,
Pra frente Brasil,
Do meu coração...
Todos juntos vamos,
Pra frente Brasil,
Salve a Seleção!

De repente
É aquela corrente pra frente,
Parece que todo o Brasil deu a mão...
Todos ligados na mesma emoção...
Tudo é um só coração!

Todos juntos vamos,
Pra frente Brasil!
Brasil!
Salve a Seleção!!!

Oferecendo esses três tipos de documento à turma, o professor pode convidar alguns alunos a relatarem suas análises próprias. Depois de mostrarem o resultado de sua produção, uma discussão final visando compreender como tais documentos representavam o país na época pode ser realizada. Nesse momento, é importante destacar a perspectiva positiva que estes documentos passavam em uma época considerada opressiva e conturbada.

Como sugestão final da atividade, o professor pode exibir o filme “O Ano Que Meus Pais Saíram de Férias”, de Cao Hamburguer, onde temos a representação da perspectiva de uma criança sobre o período. Dessa maneira, o período ditatorial pode ser contemplando de forma mais ampla, fugindo da simples opressão costumeiramente assinalada em alguns livros didáticos.

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Ao estudar o período da Ditadura Militar, muitos alunos têm a impressão errônea de que os militares tinham total e absoluto controle sobre a população brasileira. Muitas vezes, esse tipo de conclusão precipitada surge em meio às diversas narrativas e imagens que descrevem a atuação dos militares durante esse período. No entanto, a relação entre o Estado e a sociedade nesse período pode ser repensada de maneira a demonstrar um outro lado dessa relação.

Primeiramente, o professor pode discutir junto aos alunos se seria possível criar alguma forma de governo que, por meio da força e da violência, pudesse controlar todos os indivíduos de um Estado ou nação. Depois de lançar essa questão aos alunos, o professor pode oferecer um breve texto onde diferentes formas de resistência são discutidas nos mais diversos regimes de caráter autoritário.

Entre outros casos, pode-se fazer menção sobre a resistência dos judeus contra a dominação dos romanos na Antigüidade, as revoltas que marcaram o processo de colonização americana ou os conflitos assinalados durante o imperialismo do século XIX. Elencando estes ou outros exemplos históricos, o professor demonstra que é impossível algum tipo de governo ou regime ter dominação completa.

Depois disso, destaque que mesmo dentro desses casos historicamente demonstrados os governos opressores buscam maneiras para que a população dominada reconheça e legitime o poder instituído. Com isso, os alunos teriam condições de notar que as relações políticas são marcadas por um jogo simbólico onde a relação entre “dominantes” e “dominados” não se encerra em imposições simplesmente colocadas “de cima para baixo”.

A partir disso, o professor relata como o período do governo Médici (1969 – 1974) foi conhecido como um dos mais rigorosos períodos do regime militar. No entanto, demonstrando a visão de que o governo opressor não se vale apenas da força, ofereça documentos e imagens que possam ser analisadas pelos alunos. Reservando algum tempo para que a sala observe as fontes históricas trabalhadas, peça para que cada um deles produza um texto opinativo sobre um dos três documentos abaixo:

a) Foto do presidente Médici comemorando a tricampeonato de futebol conquistado em 1970.

A legitimação do poder durante a Ditadura Militar

Artigos de História

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A criança inicia seus primeiros anos de vida escolar, se alfabetiza e já na primeira fase do ensino fundamental começa a debater os primeiros temas de natureza histórica. Mesmo com a pouca idade, inicia o debate com um conceito um pouco distante: o passado. Isso não quer dizer que as experiências já vividas não fazem parte do seu cotidiano, pois desde muito cedo acumula suas primeiras lembranças pessoais e familiares.

No entanto, conforme boa parte desse público reclama, falar sobre um tempo em que “a gente nem era nascido” causa certa estranheza ao aluno. O tão indispensável exemplo concreto, fundamental para as primeiras etapas da educação, parece não ter aplicação para os assuntos de natureza histórica. Essa visão chega a ser partilhada com o próprio educador que, muitas vezes, ainda faz parte de uma geração que aprendeu que a História é a matéria onde decoramos datas e guardamos os grandes feitos das grandes personagens do passado.

Até aqui tudo parece vazio, a História vira sinônimo de “decoreba”, uma verdadeira disciplina de enciclopédia. No entanto, pais e educadores às vezes não têm contato com outras perspectivas que tragam resposta aos problemas expostos. No fim, não conseguem uma resposta convincente para justificar para a criança qual a “real” importância de se estudar o passado. Quando muito, apelam para os argumentos de natureza nacionalista ou futurologista. O primeiro evoca a importância de sabermos a História do nosso país, e o segundo repete o velho bordão: “Devemos conhecer o passado, para entendermos o presente e melhorarmos o futuro.”.

Pensando uma segunda vez, sabemos que nenhuma dessas desculpas funciona. As crianças não pensam cotidianamente sobre o contexto histórico do país e, muito menos desconfiam de como algo antigo pode resolver os problemas de um tempo futuro que não lhe desperta a mínima preocupação. Por isso, devemos subordinar o ensino de História às crianças e não o contrário. A História deve estar relacionada com as coisas do presente, ao cotidiano que tanto interessa ao aluno. Dessa forma, devemos mostrar para o aluno como a História se faz presente aqui e agora.

Ao falarmos das culturas que nos cercam, das expressões usadas cotidianamente ou sobre os mínimos hábitos familiares podemos sentir o sabor do passado. As esferas mais próximas do mundo da criança devem sem privilegiadas como fontes ricas de conhecimento. A construção de uma árvore genealógica, o contato com imagens dos antepassados, a origem de determinados nomes e expressões contemporâneas são fontes que atraem o olhar infantil aos objetos históricos.

Em parceria com esse trabalho de investigação do seu próprio passado, o aluno deve ser desde sempre estimulado à crítica do mesmo. O passado não lhe dirá nada caso o seu novo aprendiz não seja motivado a questionar sobre o mesmo. Por isso, a opinião e a produção de textos autorais são chaves fundamentais na elaboração de um aprendizado mais estimulante. São muitas as formas e propostas para tal empreendimento, por isso, estejamos atentos às formas que o passado pode ser apresentado ao dia-a-dia dos novos historiadores.

Acordos Climáticos e Aquecimento Global

Emissão de gases poluentes

Com a aproximação do fim do prazo para o cumprimento do Protocolo de Kyoto, que termina em 2012, as tensões entre as “grandes” nações começam a crescer ainda mais. Conforme esse documento, a redução da emissão de gases seria de 8% para os países da União Europeia, 7% para os Estados Unidos e 6% para o Japão. Pouco, para não dizer nenhum, resultado foi obtido.

No entanto, a maximização dos problemas ambientais é notória, e nesse âmbito os acordos internacionais são de extrema importância na busca por soluções eficazes.

Para isso, será realizada entre os dias 7 e 18 de dezembro a Cúpula sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague, capital da Dinamarca. O primeiro ministro dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, convidou, através de uma carta formal, 191 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) incluindo a Dinamarca, a participarem da cúpula.

Até o dia 2 de dezembro, foi confirmada a presença de 98 chefes de Estado e de Governo, entre eles: o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva; o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama; o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao; e a chanceler alemã, Angela Merkel.

O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, já deixou explícita a sua posição, afirmando que a China não irá reduzir sua produção para diminuir a emissão de gases que causam o efeito estufa. Barack Obama, por sua vez, tem encontrado grande resistência no Congresso dos Estados Unidos para aprovar uma legislação que reduza a emissão de gases. Lembrando que China e Estados Unidos são os maiores emissores de gases poluentes do planeta.

O que se espera da cúpula sobre mudanças climáticas são propostas com resultados concretos e imediatos, pois o planeta Terra não pode esperar mais pelo desenvolvimento econômico dos países.

A Dinamarca, país que sediará a Conferência da ONU para mudanças climáticas em dezembro, sugeriu que durante a reunião seja estabelecida uma nova data para que as emissões de gases estufa sejam reduzidas e, com isso, diminua o impacto ambiental que o planeta sofre atualmente.

De acordo com a ministra de Minas e Energia dinamarquesa, Connie Hedegaard, durante a conferência de Copenhague, deve ser definido um prazo final para que, enfim, um texto completo do acordo seja assinado pelos países signatários. Com o aumento progressivo do aquecimento global, a situação do planeta só está piorando.


Degelo

A cada ano, as calotas de gelo polares derretem ainda mais. Quem assistiu O dia depois de amanhã ou 2012 e achou que era ilusão demais, pode começar a repensar sua pegada ecológica, pois do jeito que o mundo caminha, a humanidade não terá outro fim. É bem verdade que Roland Emmerich (também diretor do filme Independence Day) gosta de um bom e velho apocalipse.

Mas, será que o planeta já não está condenado a um final do estilo?
As mudanças climáticas começam a ser palpáveis e as descobertas recentes da ciência só vêm confirmar a era apocalíptica que o aquecimento global tem gerado. Para se ter uma ideia, somente no final do verão do ano passado, mais de 1 milhão de quilômetros quadrados de água descongelaram no Polo Norte – essa área corresponde a cerca de 1 quinto da Floresta Amazônica. É fato que todas estas mudanças já haviam sido previstas, mas não se acreditava que pudessem ocorrer tão rápido.

No ano passado, jornais do mundo todo anunciaram o resultado dos estudos que 2,5 mil especialistas do clima realizaram acerca do aquecimento do planeta. O resultado foi consenso entre todos, a temperatura do globo deve aumentar entre 1,1 ºC e 2,9 ºC até o ano de 2010.

O pior é que não há mais formas de contornar o aquecimento no mundo. Para se ter uma ideia, mesmo que por um milagre o gás carbônico e outros gases que contribuem para o efeito estufa não fossem mais lançados na atmosfera, a temperatura global ainda continuaria a subir. E os desastres provocados pelo aquecimento são reais!

Lembra do furacão Katrina, que assolou a costa sudeste dos Estados Unidos, em 2005? Lembra de um outro furacão, chamado Rita que, dias depois, arrasou o Golfo do México, causando prejuízos bilionários? Lembra da seca na bacia do rio Amazonas que atormentou o Brasil no mesmo ano, deixando à mostra somente um deserto repleto de peixes mortos e barcos abandonados?

Todos estes fenômenos tiveram o mesmo motivo: o aquecimento das águas do Atlântico. A elevação da temperatura das águas atlânticas influi diretamente no regime dos ventos que sopram do Caribe para a América do Sul e que, normalmente, trazem umidade para a Amazônia.

Além de todos os efeitos no clima do mundo, há ainda as consequências para várias espécies de animais que estão entrando, se já não entraram de vez, para a lista de animais em extinção. O urso polar é um dos grandes prejudicados neste aspecto, já que o mamífero depende do mar congelado para caçar focas no inverno. E como, a cada ano, o mar demora mais para congelar, mais tempo os ursos passam sem se alimentar.

Era Vargas – Governo Provisório e Constitucional

Governo Provisório (1930 – 1934)

Mediante a decisiva importância que os militares tiveram na consolidação da Revolução de 30, os primeiros anos da Era Vargas foram marcados pela forte presença dos “tenentes” nos principais cargos políticos do novo governo. Em sua grande parte, os principais representantes das alas militares que apoiaram Vargas, obtiveram as chamadas interventorias estaduais. Pela imposição do presidente, vários militares passaram a controlar os governos estaduais. Tal medida tinha como propósito anular a ação dos antigos coronéis e sua influência política regional.

Dessa maneira, consolidou-se um clima de tensão entre as velhas oligarquias e os tenentes interventores. Tal conflito teve maior força em São Paulo, onde as oligarquias locais, sob o apelo da autonomia política e um discurso de conteúdo regionalista, convocaram o “povo paulistano” a lutar contra o governo Getúlio Vargas. A partir dessa mobilização, originou-se a chamada Revolução Constitucionalista de 1932. Mesmo derrotando as forças oposicionistas, os setores varguistas passaram por uma reformulação.

Com a ocorrência desse conflito, Vargas se viu forçado a convocar eleições para a formação de uma Assembléia Nacional Constituinte. No processo eleitoral, as principais figuras militares do governo perderam espaço político devido o desgaste gerado pelos conflitos paulistas. Passada a formação da Assembléia, uma nova constituição fora promulgada, em 1934. Com inspiração nas constituições alemã e mexicana, a Carta de 1934 deu maiores poderes ao poder executivo, adotou medidas democráticas e criou as bases de uma legislação trabalhista. Além disso, a nova constituição previa que a primeira eleição presidencial aconteceria pelo voto da Assembléia. Por meio dessa resolução e o apoio da maioria do Congresso, Vargas garantiu mais um novo mandato.

Governo Constitucional (1934 – 1937)

Nesse segundo mandato, conhecido como Governo Constitucional (1934 a 1937), observou-se a ascensão de dois grandes movimentos políticos em terras brasileiras. De um lado estava a Ação Integralista Brasileira (AIB), que defendia a consolidação de um governo centralizado capaz de conduzir a nação a um “grande destino”. Esse destino, segundo os integralistas, só era possível com o fim das liberdades democráticas, a perseguição dos movimentos comunistas e a intervenção máxima do Estado na economia. De outro, os comunistas brasileiros se mobilizaram em torno da Aliança Nacional Libertadora (ANL). Entre suas principais idéias, a ANL era favorável à reforma agrária, a luta contra o imperialismo e a revolução por meio da luta de classes.

Contando com esse espírito revolucionário e a orientação dos altos escalões do comunismo soviético, a ANL promoveu uma tentativa de golpe contra o governo de Getúlio Vargas. Em 1935, alguns comunistas brasileiros iniciaram revoltas dentro de instituições militares nas cidades de Natal (RN), Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE). Devido à falta de articulação e adesão de outros estados, a chamada Intentona Comunista, foi facilmente controlada pelo governo.

Mesmo tendo resistido a essa tentativa de golpe, Getúlio Vargas utiliza-se do episódio para declarar estado de sítio. Com essa medida, Vargas ampliou seus poderes políticos, perseguiu seus opositores e desarticulou o movimento comunista brasileiro. Mediante a “ameaça comunista”, Vargas conseguiu anular a nova eleição presidencial que deveria acontecer em 1937. Anunciando outra calamitosa tentativa de golpe comunista, conhecida como Plano Cohen, Getúlio Vargas anulou a constituição de 1934 e dissolveu o Poder Legislativo. A partir daquele ano, Getúlio passou a governar com amplos poderes, inaugurando o chamado Estado Novo (1937 – 1945).

A historiografia do período Vargas

Para a maior compreensão de um período conturbado que foi o governo de Getúlio Vargas (1930-1945) desde seu primórdio, ainda mais com a implementação em 1937 do seu Estado Novo, creio que seja muito importante a leitura dos mais variados autores que se comprometeram e dedicaram a pensar, estudar e pesquisar a história destes 15 anos de governo.

A leitura destes estudos feitas sempre com um olhar crítico vai nos esclarecer e apresentar a diferença entre os autores mais recentes e os que já escreveram a algumas décadas atrás.

Os estudos mais antigos atentam em explicar o que era o Estado Novo, sua estrutura de governo, o ambiente político da época, não existia uma análise crítica profunda e elucidativa. Assim como nos orienta Elizabeth Cancelli “a razão e por isso a adjetivação usada pela literatura histórica, ao invés da análise, é o que os estudos não tocavam naquilo que Foulcault, dizia ser fundamental: como, por que, onde, e para que a ação se objetivava”.

Assim, já os autores (as) mais recentes – não de um modo geral – possuem uma análise mais crítica e científica; incisiva e profunda, nos mostrando assim o que a historiografia até então não abordara.

São estudos como os de Cancelli, 1993; Leiko Tanno, 1996; Castro Gomes e muitos outros autores contemporâneos que nos levam pensar na estrutura da sociedade no período de governo Vargas e do Estado Novo, a abordam como um todo, analisando a política e repressão deste governo e suas implicações e conseqüências no bojo desta sociedade. Pois a política de ação de Vargas afetava a tudo e a todos, alguns grupos com mais intensidade outros com menos, mas a sociedade sofreu com a política e repressão deste Estado totalitário.

A historiografia anterior a esta, mais descritiva nos fatos, estuda a instância e o momento político da sociedade e do Estado governado por Getúlio Vargas. Deixa escapar temas e debates muito mais interessantes e esclarecedores do que os abordados, e por isso a extrema importância em ler e compreender estas “duas fases” da nossa historiografia que tratam desta época e governo.

Era Vargas – Estado Novo

Era Vargas – Estado Novo

Dado como um governo estabelecido por vias golpistas, o Estado Novo foi implantado por Getúlio Vargas sob a justificativa de conter uma nova ameaça de golpe comunista no Brasil. Para dar ao novo regime uma aparência legal, Francisco Campos, aliado político de Getúlio, redigiu uma nova constituição inspirada por itens das constituições fascistas italiana e polonesa.

Conhecida como Constituição Polaca, a nova constituição ampliou os poderes presidenciais, dando a Getúlio Vargas o direito de intervir nos poderes Legislativo e Judiciário. Além disso, os governadores estaduais passaram a ser indicados pelo presidente. Mesmo tendo algumas diretrizes políticas semelhantes aos governos fascista e nazista, não é possível entender o Estado Novo como uma mera imitação dos mesmos.

A inexistência de um partido que intermediasse a relação entre o povo e o Estado, a ausência de uma política eugênica e a falta de um discurso ultranacionalista são alguns dos pontos que distanciam o Estado Novo do fascismo italiano ou do nazismo alemão. No que se refere às suas principais medidas, o Estado Novo adotou o chamado “Estado de Compromisso”, onde se criaram mecanismos de controle e vias de negociação política responsáveis pelo surgimento de uma ampla frente de apoio a Getúlio Vargas.

Entre os novos órgãos criados pelo governo, o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) era responsável por controlar os meios de comunicação da época e propagandear uma imagem positiva do governo. Já o Departamento Administrativo do Serviço Público, remodelou a estrutura do funcionalismo público prejudicando o tráfico de influências, as práticas nepotistas e outras regalias dos funcionários.

Outro ponto importante da política varguista pode ser notado na relação entre o governo e as classes trabalhadoras. Tomado por uma orientação populista, o governo preocupava-se em obter o favor dos trabalhadores por meio de concessões e leis de amparo ao trabalhador. Tais medidas viriam a desmobilizar os movimentos sindicais da época. Suas ações eram controladas por leis que regulamentavam o seu campo de ação legal. Nessa época, os sindicatos transformaram-se em um espaço de divulgação da propaganda governista e seus líderes, representantes da ideologia varguista.

As ações paternalistas de Vargas, dirigidas às classes trabalhadoras, foram de fundamental importância para o crescimento da burguesia industrial da época. Ao conter o conflito de interesses dessas duas classes, Vargas dava condições para o amplo desenvolvimento do setor industrial brasileiro. Além disso, o governo agia diretamente na economia realizando uma política de industrialização por substituição de importações.

Nessa política de substituições, o Estado seria responsável por apoiar o crescimento da indústria a partir da criação das indústrias de base. Tais indústrias dariam suporte para que os demais setores industriais se desenvolvessem, fornecendo importantes matérias-primas. Várias indústrias estatais e institutos de pesquisa foram criados no período. Entre as empresas estatais criadas por Vargas, podemos citar a Companhia Siderúrgica Nacional (1940), a Companhia Vale do Rio Doce (1942), a Fábrica Nacional de Motores (1943) e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945).

Em 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial, uma importante questão política orientou os últimos anos do Estado Novo. No início do conflito, Vargas adotou uma postura contraditória: ora apoiando os países do Eixo, ora se aproximando dos aliados. Com a concessão de um empréstimo de 20 milhões de dólares, os Estados Unidos conquistaram o apoio do Brasil contra os países do Eixo. A luta do Brasil contra os regimes totalitários de Adolf Hitler e Benito Mussolini gerou uma tensão política que desestabilizou a legitimidade da ditadura varguista.

Durante o ano de 1943, um documento intitulado Manifesto dos Mineiros, assinado por intelectuais e influentes figuras políticas, exigiu o fim do Estado Novo e a retomada da democracia. Acenando favoravelmente a essa reivindicação, Vargas criou uma emenda constitucional que permitia a criação de partidos políticos e anunciava novas eleições para 1945. Nesse meio tempo surgiram as seguintes representações partidárias: o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Partido Social Democrata (PSD), ambos redutos de apoio a Getúlio Vargas; a União Democrática Nacional (UDN), agremiação de direita opositora de Vargas; e o Partido Comunista Brasileiro (PCB), que saiu da ilegalidade decretada por Getúlio.

Em 1945, as medidas tomadas pelo governo faziam da saída de Vargas um fato inevitável. Os que eram contrários a essa possibilidade, organizaram-se no chamado Movimento Queremista. Empunhados pelo lema “Queremos Getúlio!”, seus participantes defendiam a continuidade do governo de Vargas. Mesmo contando com vários setores favoráveis à sua permanência, inclusive de esquerda, Getúlio aceitou passivamente a deposição, liderada por militares, em setembro daquele ano.

Dessa maneira, Getúlio Vargas pretendeu conservar uma imagem política positiva. Aceitando o golpe, ele passou a idéia de que era um líder político favorável ao regime democrático. Essa estratégia e o amplo apoio popular, ainda renderam a ele um mandato como senador, entre 1945 e 1951, e o retorno democrático ao posto presidencial, em 1951.

Constituição de 1934

A conturbação causada pela Revolução Constitucionalista de 1932, forçou o governo provisório de Getúlio Vargas a tomar medidas que dessem normalidade ao regime republicano. Dessa maneira, o governo criou uma nova Lei Eleitoral e convocou eleições que foram realizadas no ano posterior. A partir de então, uma nova assembléia constituinte tomou posse em novembro de 1933 com o objetivo de atender os anseios políticos defendidos desde a queda do regime oligárquico.

Em 16 de julho de 1934, foi noticiada uma nova constituição com 187 artigos. Em termos gerais, essa nova carta ainda preservava alguns pontos anteriormente lançados pela constituição de 1891. Entre muitos itens foram respeitados o princípio federalista que mantinha a nação como uma República Federativa; o uso de eleições diretas para escolha dos membros dos poderes Executivo e Legislativo; e a separação dos poderes em Executivo, Legislativo e Judiciário.

Na questão trabalhista, a Carta Magna proibia qualquer tipo de distinção salarial baseada em critérios de sexo, idade, nacionalidade ou estado civil. Ao mesmo tempo, ofereceu novas conquistas à classe trabalhadora com a criação do salário mínimo e a redução da carga horária de trabalho para 8 horas diárias. Além disso, instituiu o repouso semanal e as férias remuneradas, a indenização do trabalhador demitido sem justa causa e proibiu o uso da mão-de-obra de jovens menores de 14 anos.

Com relação à economia, a Constituição de 1934 tinha claras preocupações com respeito à adoção de medidas que promovessem o desenvolvimento da indústria nacional. As novas leis permitiam a criação de fundações, institutos de pesquisa e a abertura de linhas de crédito que viabilizassem a modernização da economia por meio da expansão do parque industrial. Na agricultura, o governo tomou medida semelhante ao favorecer a variação dos itens da nossa pauta de exportações agrícola.

No campo educacional, o governo incentivou o desenvolvimento do ensino superior e médio. A grande meta era formar futuras gerações preparadas para assumir postos de trabalhos gerados com os avanços pretendidos no setor econômico. Paralelamente, também assegurou a criação de um ensino primário público, gratuito e obrigatório. Além disso, defendia o ensino religioso nas escolas e o uso de diferentes grades curriculares para meninos e meninas.

Nessa mesma carta, as diretrizes eleitorais criadas em 1932 foram finalmente consolidadas. Fazendo jus às propostas da Revolução de 30, a nova lei eleitoral permitiu a adoção do voto secreto e direto. Paralelamente, a nova lei permitiu o voto para todos aqueles maiores de 21 anos, incluindo as mulheres. Somente os analfabetos, soldados, padres e mendigos não poderiam ter direito ao voto.

Apesar de conceder direitos de natureza democrática, essa mesma constituição mostrava seu lado autoritário ao determinar que as novas leis eleitorais não valessem para escolha do novo presidente. Dessa forma, Getúlio Vargas foi indiretamente eleito por meio da escolha dos membros da Assembléia Constituinte – em sua maioria aliada ao presidente – que estabeleceram um mandato de mais quatro anos.

Artigos de Era Vargas

A Ação Integralista Brasileira

Surgida em um singular momento da História do Brasil, a Ação Integralista Brasileira aparece no momento em que novos grupos sociais aparecem no cenário sócio-político do país. Com a queda das estruturas políticas oligárquicas, os grandes eixos de discussão política e ideológico do país perdem força no meio rural e passam a ocupar os centros urbanos do Brasil.

Nesse mesmo período, novas teorias políticas surgem na Europa como um reflexo das crises advindas do período entreguerras (1919 – 1938) e a crise capitalista que culmina, em 1929, com a quebra da Bolsa de Nova Iorque. Na Europa, o facismo italiano e o nazismo alemão foram dois grandes movimentos políticos que chegaram ao poder em face às incertezas vividas naquele período.

No Brasil, a rearticulação política vivida com a Revolução de 1930 fez com que o Integralismo aparecesse como uma alternativa frente ao recente governo de Getúlio Vargas e o crescimento dos movimentos operário e comunista. Sob o comando de Plínio Salgado, a Ação Integralista conseguiu o apoio de setores médios, empresários e setores do operariado. Entendidos por muitos como um “facismo abrasileirado”, esse movimento contou com suas particularidades.

Entre as principais idéias defendidas pelos integralistas, podemos destacar o corporativismo político, a abolição do pluripartidarismo, a perseguição aos comunistas, o fim do capitalismo especulativo e a ascensão de um forte líder político. Além do conteúdo ideológico, os integralistas fizeram o uso massivo dos meios de comunicação, frases de efeito, criação de símbolos e padronização comportamental.

Os integralistas utilizavam de uma saudação comum, “Anauê”, expressão de origem indígena, para cumprimentar seus associados. Além disso, vestiam camisas verdes e adotaram a letra grega sigma (símbolo matemático para somatória) como formas que incentivariam um forte sentimento de comunhão e amor à pátria. Mesmo contando com intensas manifestações, os integralistas perderam força com a implementação do Estado Novo, no final dos anos 30.

Era Vargas

Nascido em São Borja, em 1882, Getúlio Dornelles Vargas foi um dos mais importantes políticos da História do Brasil. Depois de concluir a Faculdade de Direito em Porto Alegre, em 1907, Getúlio começou sua trajetória política no início dos anos 20. Entre 1923 e 1926, Vargas ocupou as cadeiras de deputado estadual, federal e líder da banca gaúcha no Congresso.

Em 1926 e 1927, ocupou o cargo de Ministro da Fazenda. Logo em seguida conquistou o cargo de presidente do Rio Grande do Sul, de 1927 a 1930. Em 1930, Vargas concorreu nas eleições presidenciais pela Aliança Liberal. Derrotados pelo candidato da situação, Julio Prestes, os liberais arquitetaram um golpe de Estado que levou Getúlio Vargas ao poder. Esse movimento golpista ficou conhecido como a “Revolução de 30”.

Depois de nomeado presidente, Getúlio estendeu esse seu primeiro mandato por quinze anos ininterruptos. De 1945 a 1951 ocupou o cargo de Senador Federal. Depois desse mandato, voltou à presidência pelo voto popular. Em agosto de 1954, sob forte pressão política e escândalos pessoais, Getúlio Vargas cometeu suicídio.

OS ILUMINISMO REGIONAIS

Ainda que importantes autores contemporâneos venham ressaltando as origens do Ilumunismo no século XVII tardio,[1] não há consenso abrangente quanto à datação do início da era do Iluminismo. Boa parte dos acadêmicos simplesmente utilizam o início do século XVIII como marco de referência, aproveitando a já consolidada denominação Século das Luzes . [2] O término do período é, por sua vez, habitualmente assinalado em coincidência com o início das Guerras Napoleônicas (1804-15).[3]
Iluminismo é um conceito que sintetiza diversas tradições filosóficas, correntes intelectuais e atitudes religiosas. Pode-se falar mesmo em diversos micro-iluminismos, diferenciando especificidades temporais, regionais e de matiz religioso, como nos casos de Iluminismo tardio, Iluminismo escocês e Iluminismo católico.


Immanuel Kant
O uso do termo Iluminismo na forma singular justifica-se, contudo, dadas certas tendências gerais comuns a todos os iluminismos, nomeadamente, a ênfase nas idéias de progresso e perfectibilidade humana, assim como a defesa do conhecimento racional como meio para a superação de preconceitos e ideologias tradicionais.
O Iluminismo é, para sintetizar, uma atitude geral de pensamento e de ação. Os iluministas admitiam que os seres humanos estão em condição de tornar este mundo um mundo melhor - mediante introspecção, livre exercício das capacidades humanas e do engajamento político-social.[4] Immanuel Kant, um dos mais conhecidos expoentes do pensamento iluminista, num texto escrito precisamente como resposta à questão O que é o Iluminismo?, descreveu de maneira lapidar a mencionada atitude:
"O Iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutelagem que estes mesmos se impuseram a si. Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutelagem quando esta resulta não de uma deficiência do entendimento mas da falta de resolução e coragem para se fazer uso do entendimento independentemente da direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem para fazer uso da tua própria razão! - esse é o lema do Iluminismo".[5] Supunham poder contribuir para o progresso da humanidade e para a superação dos resíduos de tirania e superstição que creditavam ao legado da Idade Média. A maior parte dos iluministas associava ainda o ideal de conhecimento crítico à tarefa do melhoramento do estado e da sociedade.
Entre o final do século XVII e a primeira metade do século XVIII, a principal influência sobre a filosofia do iluminismo proveio das concepções mecanicistas da natureza que haviam surgido na sequência da chamada revolução científica do século XVII. Neste contexto, o mais influente dos cientistas e filósofos da natureza foi então o físico inglês Isaac Newton. Em geral, pode-se afirmar que a primeira fase do Iluminismo foi marcada por tentativas de importação do modelo de estudo dos fenômenos físicos para a compreensão dos fenômenos humanos e culturais.
No entanto, a partir da segunda metade do século XVIII, muitos pensadores iluministas passaram a afastar-se das premissas mecanicistas legadas pelas teorias físicas do século XVII, aproximando-se então das teorias vitalistas que eram desenvolvidas pelas nascentes ciências da vida.[6] Boa parte das teorias sociais e das filosofias da história desenvolvidas na segunda metade do século XVIII, por autores como Denis Diderot e Johann Gottfried von Herder, entre muitos outros, foram fortemente inspiradas pela obra de naturalistas tais como Buffon e Johann Friedrich Blumenbach.
Iluministas notáveis
(ordenados por ano de nascimento)
• Bento de Espinosa (1632–1672), filósofo neerlandês, com ascendência judaica portuguesa. É considerado o precursor das correntes mais radicais do pensamento iluminista. Escrito mais importante: Tratado Teológico-Político (1670).
• John Locke (1632 - 1704), filósofo inglês. Escritos mais importantes: Ensaio sobre o entendimento humano (1689); Dois tratados sobre governo (1689).
• Montesquieu (Charles-Louis de Secondat, barão de La Brède e de Montesquieu) (1689-1755), filósofo francês. Notabilizou-se pela sua teoria da separação dos poderes do estado(Legislativo, executivo e judiciario), a qual exerceu importante influência sobre diversos textos constitucionais modernos e contemporâneos. Escrito mais importante: O espírito das leis (1748).
• Voltaire (codinome de François-Marie Arouet)(1694-1778), Defendia uma monarquia esclarecida.Filósofo francês, era déista(acreditava que para chegar a Deus não era preciso a igreja, e sim a razão). Notabilizou-se pela sua oposição ao pensamento religioso e pela defesa da liberdade intelectual. Escritos mais importantes: Ensaio sobre os costumes (1756); Dicionário Filosófico (1764)Cartas Inglesas.
• Benjamin Franklin (1706-1790), político, cientista e filósofo estadunidense. Participou ativamente dos eventos que levaram à independência dos Estados Unidos e da elaboração da constituição de 1787.
• Buffon (Georges-Louis Leclerc, conde de Buffon) (1707-1788), naturalista francês. A sua principal obra, A história natural, geral e particular (1749–1778; 36 volumes), exerceu capital influência sobre as concepções de natureza e história dos autores do Iluminismo tardio.
• David Hume (1711-1776), filósofo e historiador escocês.
• Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), filósofo francês. Escrito mais importante: O Contrato Social.
• Denis Diderot (1713-1784), filósofo francês. Elaborou juntamente com D'Alembert a "Enciclopédia ou Dicionário racional das ciências, das artes e dos ofícios", composta de 33 volumes publicados, pretendia reunir todo o conhecimento humano disponível, que tornou-se o principal vínculo de divulgação de suas idéias naquela época. Também se dedicou à teoria da literatura e à ética trabalhista.


Denis Diderot, retratado por Louis-Michel van Loo, 1767.
• Adam Smith (1723-1790), economista e filósofo escocês. O seu escrito mais famoso é A Riqueza das Nações.
• Immanuel Kant (1724-1804), filósofo alemão. Fundamentou sistematicamente a filosofia crítica, tendo realizado investigações também no campo da física teórica e da filosofia moral.
• Gotthold Ephraim Lessing (1729–1781), dramaturgo e filósofo alemão. É um dos principais nomes do teatro alemão na época moderna. Nos seus escritos sobre filosofia e religião, defendeu que os fiéis cristãos deveriam ter o direito à liberdade de pensamento.
• Edward Gibbon (1737–1794), historiador inglês.

DEFINIÇÃO SOBRE ILUMINISMO

Ainda que importantes autores contemporâneos venham ressaltando as origens do Ilumunismo no século XVII tardio,[1] não há consenso abrangente quanto à datação do início da era do Iluminismo. Boa parte dos acadêmicos simplesmente utilizam o início do século XVIII como marco de referência, aproveitando a já consolidada denominação Século das Luzes . [2] O término do período é, por sua vez, habitualmente assinalado em coincidência com o início das Guerras Napoleônicas (1804-15).[3]
Iluminismo é um conceito que sintetiza diversas tradições filosóficas, correntes intelectuais e atitudes religiosas. Pode-se falar mesmo em diversos micro-iluminismos, diferenciando especificidades temporais, regionais e de matiz religioso, como nos casos de Iluminismo tardio, Iluminismo escocês e Iluminismo católico.


Immanuel Kant
O uso do termo Iluminismo na forma singular justifica-se, contudo, dadas certas tendências gerais comuns a todos os iluminismos, nomeadamente, a ênfase nas idéias de progresso e perfectibilidade humana, assim como a defesa do conhecimento racional como meio para a superação de preconceitos e ideologias tradicionais.
O Iluminismo é, para sintetizar, uma atitude geral de pensamento e de ação. Os iluministas admitiam que os seres humanos estão em condição de tornar este mundo um mundo melhor - mediante introspecção, livre exercício das capacidades humanas e do engajamento político-social.[4] Immanuel Kant, um dos mais conhecidos expoentes do pensamento iluminista, num texto escrito precisamente como resposta à questão O que é o Iluminismo?, descreveu de maneira lapidar a mencionada atitude:
"O Iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutelagem que estes mesmos se impuseram a si. Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutelagem quando esta resulta não de uma deficiência do entendimento mas da falta de resolução e coragem para se fazer uso do entendimento independentemente da direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem para fazer uso da tua própria razão! - esse é o lema do Iluminismo".[5] Supunham poder contribuir para o progresso da humanidade e para a superação dos resíduos de tirania e superstição que creditavam ao legado da Idade Média. A maior parte dos iluministas associava ainda o ideal de conhecimento crítico à tarefa do melhoramento do estado e da sociedade.
Entre o final do século XVII e a primeira metade do século XVIII, a principal influência sobre a filosofia do iluminismo proveio das concepções mecanicistas da natureza que haviam surgido na sequência da chamada revolução científica do século XVII. Neste contexto, o mais influente dos cientistas e filósofos da natureza foi então o físico inglês Isaac Newton. Em geral, pode-se afirmar que a primeira fase do Iluminismo foi marcada por tentativas de importação do modelo de estudo dos fenômenos físicos para a compreensão dos fenômenos humanos e culturais.
No entanto, a partir da segunda metade do século XVIII, muitos pensadores iluministas passaram a afastar-se das premissas mecanicistas legadas pelas teorias físicas do século XVII, aproximando-se então das teorias vitalistas que eram desenvolvidas pelas nascentes ciências da vida.[6] Boa parte das teorias sociais e das filosofias da história desenvolvidas na segunda metade do século XVIII, por autores como Denis Diderot e Johann Gottfried von Herder, entre muitos outros, foram fortemente inspiradas pela obra de naturalistas tais como Buffon e Johann Friedrich Blumenbach.

INTRODUÇÃO

A cultura jovem dos anos 50 estava intimamente ligada a o rock’n’roll e á juventude transviada .A música e o cinema estabe- leceram padrões de comportamentos de jovens que questionavam de forma ingênua e irreverente os padrões conservadores da soci- edade norte-americana .

MITOS DE UMA GERAÇÃO

O cinema explorou bastante as revoltas de uma juventude sem rumo.Atravez dos filmes o cinema tentou transmitir o que estava acontecendo com a juventude marginalizada e a sociedade.E foi atravez do cinema que muitos jovens foram imitando alguns per- sonagens e alguns se tornando ídolo para os jovens dessa geração e o primeiro a surgir foi Jemes Dean,que fez os jovens do mundo inteiro emita-lo a sua maneira de vestir e seu corte de cabelo de e se tornou um mito imortal quando morreu de um grave acidente de carro no dia 4 de outubro de 1955,ele simbolizava tudo o que era jovem ,moderno,norte-americano e diferente. Em seguida vinha Elvis Presley que tinha Jemes como seu ídolo imitava suas falas e seu jeito de vestir .Elvis e Jemes eles se espelhava um no outro era como opera-se no mesmo plano por que um era ídolo do outro. GERAÇÃO BEAT Ser beat significava influência,improviso,ausência de normas preestabelecida na vida e na arte e ter também um envolvimento profundo atravez da música,balanço,liberdade no interior da socie- dade norte-americana. Podemos dizer que os Poetas e Escritores beat tentavam fazer a ligação direta entre a arte e a vida no mundo moderno,antecipando um dos princípios básicos dos movimentos jovens dos anos 60,que que era obedecer a os instintos de uma cultura alternativa ligada ao coitediano,emdependentimente do reconhecimento da cultura ofici- alizada pela a sociedade.

CULTURA,JOVEM DOS ANOS 50

Antes do Rock’n’Roll o consumo musical era dividido em dois tipos de música: uma só para brancos e a maioria da população bran- ca só escutava música do estilo romântica de cantores como (Frank Sinatra ,Bing Crasby etc).Ou de grandes orquestras tocada apenas pro brancos(Glenn Miller,Benny Goodman etc),as grandes gravado- ras visavam o mercado nacional. A segunda a música só para negros e as pequenas gravadoras só tinha o alcance regional. Até o surgimento do Rock’n’Roll os jovens brancos de classe média não demostrava o seu gosto musical. A união da música negra como(rhythm ande blues),e a música dos brancos rurais (country and-western),surge o estilo que conhece- mos como Rock’n’Roll e no começo foi muito criticado principal- mente pela a sociedade branca ou devemos dizer sociedade racista. Exatamente por ter essa qualidade ele foi incorporado por va- rios grupos,assim os jovens atravez dela demostra suas vontades di- ante da sociedade. Apesar de ser um estilo contraditório pela a sociedade branca, as grandes gravadoras gravou e repassou a o público branco,apesar que na grande maioria era copias tentando maquiar já que era uma música dos negros dentro de uma sociedade branca. Portanto estar dentro da lógica por que o primeiro Rock de su- cesso tinha de vir de um roqueiro branco de cabelos louros (Bill Há- lly) e o segundo Elvis Presley que foi descoberto por uma gravadora pequena( 1954)e foi ele quem abriu caminho para vários outros ar- tistas como Carl Perkins Jerry Lee lewis e vários outros . Apartir de então a industria cultural norte-americana foi a mil horas,gravadoras,rádios,cinemas e televisão depois disso ouve uma grande mudança no estilo de vida dos jovens ,sendo cada vez mais ensentivados a consumir . A televisão por sua vez quis fatura em cima de quem estava no auge no momento,e quem tava era Elvis que para os jovens era considerado um ídolo a quem eles emita ,e por isso era o principal- alvo da sociedade conservadora.Diante tais imcompreenções que só prejudicou os jovens a o ponto de alguns grupos se tornarem de- linquentes fazendo disparar as estatísticas de crime e violências.